Mateus 20
25 Jesus os chamou e disse: “Vocês sabem que os governantes das nações as dominam, e as pessoas importantes exercem poder sobre elas. 26 Não será assim entre vocês. Ao contrário, quem quiser tornar-se importante entre vocês deverá ser servo, 27 e quem quiser ser o primeiro deverá ser escravo; 28 como o Filho do homem, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos”.
Em Gênesis 1:26, Deus diz "Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança. DOMINE ELE SOBRE os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os grandes animais de toda a terra e sobre todos os pequenos animais que se movem rente ao chão" [grifo meu]. Mas não diz domine uns sobre os outros. No entanto, esta é a luta do ser humano desde sempre: poder para dominar outros semelhantes, para controlar tudo o que puder, para estar acima das pessoas. Absurdo ainda maior é que também vemos isto no lugar onde jamais deveria haver, no meio daqueles que se dizem Igreja. Como pode alguém seguir a Cristo e tentar fazer o que ele nunca tentou, a saber, dominar o próximo.
Sendo soberano, todo-poderoso, sendo Deus, o Cristo da Igreja foi servo em todo tempo. Ele serviu a todos quantos se encontraram com ele, serviu saúde para o corpo e cura para a alma, serviu exemplos e, em se tratando de exemplo no servir, os discípulos receberam uma lição inesquecível: tiveram seus pés lavados pelo Mestre. Ele serviu misericórdia para a mulher surpreendida em adultério quando, pela lei, ela deveria morrer apedrejada. Ele serviu a um casal quando sua festa seria um fiasco e eles nem sequer sabiam o que estava acontecendo, Jesus agiu e tudo terminou bem. Ele serviu de novo significado homens que tinham uma vida comum, pescando e vendendo seus peixes, e ainda tomou emprestado a fé do centurião para mostrar-nos como viver diante de Deus. Fez do centurião um exemplo que poderia ser comparado ao que o próprio Cristo veio fazer, um senhor desejando e pessoalmente buscando a cura do seu servo. Ele escolheu servir, ensinando e curando, os simples e humildes, quando os magistrados, doutores e sábios que deveriam fazê-lo, enclausurados nos templos e evolvidos por santidade insana, nem sequer olhavam para estes, o seu próprio povo, pelo contrário impunha-lhes jugo, que nem eles mesmos suportavam carregar. Ele nos serviu vida abundante, a nós que merecíamos a morte (o afastamento eterno de Deus). Esta vida deu-nos de graça, mas não foi barato para Ele, ao contrário, pagou um preço caríssimo ao sofrer as dores e as humilhações naquela cruz.
Não entendo uma igreja que, em nome de Deus, elege homens que dominem sobre ela, deturpando em benefício próprio os ensinamentos claros de Jesus, trazendo a cada dia novos títulos hierárquicos sobre si para se colocarem acima de outros. É Jesus, e somente Jesus, o dono da Igreja. É Ele o Senhor e a Cabeça da Igreja (Ef 4:15, Cl 1:18 e 2:19).
Creio sim que a igreja precisa organizar-se para servir melhor, para expressar o Cristo que veio e, por amor, se ofereceu (e ainda se oferece) a todos quantos desejam aproximar-se de Deus. Creio também, e conheço, homens e mulheres comprometidos com este evangelho, onde Cristo é o centro e seus mandamentos (suas palavras ou ensinamentos, como queira o leitor) é o que norteia o caminho daqueles que declaram sua fé nele (Jesus). Creio nestes homens e nessas mulheres que se doam para que, cada vez mais, sejamos de Jesus Cristo, estejamos em Jesus Cristo e nos transformemos num Cristo. Gente que ensina a palavra da verdade, que não torce (ou distorce) a palavra em benefício próprio, que redireciona a glória que deram a eles ao verdadeiro merecedor, ao Senhor Jesus. Gente que não faz questão de títulos para servir que, tendo-os ou não, realizam as obras em nome e por causa de Jesus, pois reconhecem o chamado que têm e quem os chamou.
Creio que a ordem seja muito necessária, mas penso que a única organização que a Igreja precisa mesmo é para que todos os dons sejam utilizados para a edificação mútua e anunciação do evangelho e creio que o Espírito Santo, que é tudo em todo (sendo este Deus com a Trindade Santa) é quem opera este milagre na Igreja, em toda ela e em cada um de seus membros.
"Há diferentes formas de atuação, mas é o mesmo Deus que efetua TUDO em TODOS" I Coríntios 12:6
Em Jesus, que domina sobre tudo e nos conquista pelo amor.
